Ciência Aberta no Brasil em disputa: um olhar a partir das narrativas da comunidade acadêmica e de gestores de CT&I
DOI:
https://doi.org/10.82524/recal.2025.68Palavras-chave:
Acordos transformativos, Ciência Aberta, Política científica e tecnológicaResumo
Este trabalho analisa as estratégias adotadas pelo governo brasileiro para a implementação da ciência aberta, com foco nos acordos transformativos (ATs) e pagamentos de Article Processing Charges (APCs), considerando a ausência de uma política pública nacional mais ampla e integrada. A justificativa da pesquisa parte do crescente investimento da CAPES em ATs com editoras estrangeiras que, em 2024, ultrapassou os U$ 43 milhões, e da manutenção do Portal de Periódicos, em detrimento de ações voltadas ao fortalecimento de infraestruturas nacionais de acesso aberto, como repositórios e periódicos diamante. A metodologia é qualitativa e documental, com análise textual discursiva de quatro textos representativos: dois de gestores de CT&I (CAPES e CNPq) e dois da comunidade científica. Os resultados revelam divergências entre as narrativas: enquanto os gestores apontam dificuldades estruturais e financeiras para a plena adoção da ciência aberta, a comunidade científica defende sua urgência e viabilidade, propondo políticas integradoras e de baixo custo. O estudo conclui que as estratégias atuais reforçam modelos editoriais caros e excludentes. Propõe-se a criação de um plano nacional multissetorial de ciência aberta que fortaleça a soberania científica brasileira, democratize o acesso ao conhecimento, e alinhe o país aos princípios internacionais de abertura, equidade e sustentabilidade da ciência.
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